11.8.08

The Dark Knight (O Cavaleiro das Trevas)



2008
Suspense, Ação, Aventura
Direção: Christopher Nolan
Roteiro:
Christopher Nolan,
Jonathan Nolan e David S. Goyer



Não vou dizer que era o filme pelo qual eu mais esperava esse ano, mas com certeza foi o segundo. Não vou dizer que Heath Ledger nada teve a ver com isso, mas eu já estava curiosa para vê-lo na pele do Coringa antes de seu falecimento. E lá fui eu, cinema adentro, com a expectativa no colo – e ela estava prontinha para rir da minha cara.

Aqui Batman (Christian Bale) já é Batman. Mas o seu sonho de limpar Gotham City parecia que nunca se realizaria, principalmente com a chegada de um novo malfeitor: o Coringa (Heath Ledger). Porém, com a ajuda do promotor de justiça Harvey Dent (Aaron Eckhart) e do ainda não comissário James Gordon (Gary Oldman), talvez a hora de acabar com a corrupção tenha finalmente chegado.

E lá estávamos nós: o cunhado, o marido, eu e ela – a expectativa. E a cada minuto do filme, eu a via ficar cada vez menor. Até que as luzes se acenderam e quem riu fui eu. Ela havia sido superada.

Eu sei que eu não tenho o conhecimento técnico necessário para analisar o que foi esse filme com relação à HQ. Mas, o que diabos foi aquilo? Como filme, não como adaptação. O melhor filme de super-herói que eu já vi. Perfeito.

As ótimas qualidades de Batman Begins aqui se mantém. Cenário, roteiro, fotografia, direção e figurino. Grifei figurino, pois espero que quem ainda não tenha assistido ao filme, atente bem para ele. Mas gostaria de salientar com palavras o roteiro. O roteiro magistralmente construído para que em cerca de 145 minutos a gente não tenha um segundo de enfado. O roteiro que tem, mais ou menos, uns 5 clímax, sem que a gente se canse deles. Ele consegue esmiuçar todos os personagens - bem, pelo menos aqueles que nos interessam – e da forma que nos interessa. Ele mostra o que a gente quer ver, e mostra bem, mostra na dosagem certa.

E, novamente, um destaque: elenco. Uma mudança, a namoradinha Rachel Dawes teve Katie Holmes trocada por Maggie Gyllenhaal – troca que não teve muito impacto. Talvez Christian Bale tenha exagerado na voz gutural em umas duas cenas, mas ele ainda continua sendo O Batman do cinema. Aaron Eckhart e Michael Caine indiscutivemente fantásticos e Gary Oldman brilhante e perfeito, como sempre. Aliás, Gary Oldman transformando o Comissário Gordon em um personagem de empatia cada vez maior.

Mas não me alongarei mais. Por fim, chego no Heath Ledger. Como eu disse, meu conhecimento sobre a HQ é muito pequeno. O que eu conheço do Coringa me foi apresentado pelo grande Jack Nicholson, por algo de desenho animado e pelo que me contam amigos que liam os quadrinhos. Mas isso já foi o suficiente para que eu tivesse, numa listagem pessoal, esse personagem como o melhor vilão das histórias de super-herói que eu conheço. Eu gostava do sadismo, das piadas de mau gosto, do humor negro, das roupas, do modo de falar, da insanidade aparente, da inteligência aguçada, do não ter nada a perder.

Heath Ledger juntou isso tudo, mas deu ainda mais um passo. Ele foi além, até o figurino e a maquiagem ultrapassaram os limites. Aliás, está aí uma palavra que o Coringa de Ledger parece desconhecer: limites. Ele quebra as barreiras do simples humor negro – ainda não inventaram uma palavra que defina o grau de escuridão daquele humor. O modo como ele se move, o timbre da voz, a construção das frases – ou melhor, a pontuação das frases -, o tom da risada – e os momentos em que ela resolve aparecer -, a postura, o olhar, os tiques que ele faz com a boca. O conjunto todo é perfeito, e os detalhes são, cada um, algo a se prestar atenção. Mas, claro, devemos dar crédito não só a ele, porque, além de bem executados, aqueles diálogos/monólogos do Coringa são simplesmente aterradores – mesmo que estivessem sendo lidos por um ursinho cor-de-rosa. Só que, para nossa alegria, foram recitados pelo Coringa. Pelo Coringa de Heath Ledger.


Frase Marcante:

* Coringa: “Why so serious?

6 comentários:

Dr Johnny Strangelove disse...

Eu gostei muito do filme ... um épico sobre o medo ... porém tem pequenos problemas mas são resolvidos sem nenhum problema ...
abraços

Cecilia Barroso disse...

Sensacional!!!
Assim como você, entrei no cinema cheia de expectativas, com medo dela estragar tudo, mas ela também foi pouca para tudo que eu vi.
Pela primeira vez na minha vida vi na tela uma adaptação fiel, quase perfeita.
E o Heath Ledger está simplesmente maravilhoso na pele do vilão completamente maluco. Perfeito!
Filmaço!!!
Beijocas

Monica Asperti Brandao disse...

Thaita,
Ainda não vi o Filme mais adorei a sua crítica. Cheias de expectativas, quase um suspense dentro da crítica. Muito bem escrito. ADOREI!
Beijão!
Sua Tia Mônica.

Rick Lima disse...

I belive in Christpher Nolan! Cara, na boa, até a crítica especializada deu um uníssono 10 ao filme. Quem achou defeitos no longa, ou estava de mal humor no dia da sessão, ou resolveu escavacar detalhes sem importânica só de birra (na certa por ter odiado o fato de todo mundo ter gostado). I belive in Christpher Nolan! E Ledger tem, sim, uma das performances mais extraordinárias da história do cinema. E nem adianta compará-lo com um certo assassino de uma porcaria japonesa chamada Ichi the Killer. Ele é o filme!

interatividade disse...

é fim foi um filme do ano o diretor criou uma espectativa muito grande próximo filme se ele não conseguir fazer algo superior asse que é coisa dificil acho de fazer pelo menos ele deixe no mesmo nível, pra realmente heath leadger foi o centro da atenção do filme realmente fantastico.

tha disse...

O tempo passa e eu deixei 5 pessoas no vácuo anos a fio. Se algum de vpcês voltar ao blog um dia, fica aqui meu agradecimento pela visita e pelo comentário!

...

Eu estava relendo o texto, escrito 12 anos atrás, e tem muita coisa nele que me incomoda, em especial um termo que eu não usaria (humor negro), mas é interessante o registro de como eu era e pensava no passado.